Eu simplesmente desapareci e larguei tudo. O sonho e a vontade de manter o blog e as coisas que eu mais amava desapareceram. Eu me escondi e me rendi ao medo e ao que eu realmente queria. Libertei quem eu era, para quem eu queria ser. Larguei tudo. Deixei para trás a menina inocente e cheia de sonhos e me tornei a mulher que vive na realidade. Independente de tudo, talvez eu deva fugir novamente desta realidade e focar em quem eu era, porque essa nova mulher não é tão melhor que a de antigamente, apenas assumiu as responsabilidades e assumiu a vida que realmente tem que viver.
O medo me consumia, e eu me escondia atrás da tela do computador e principalmente atrás dos livros. Me apaixonei por eles e encontrei pela primeira vez quem eu era, só que como nem tudo são flores o tempo passou e como disse, a responsabilidade chegou e eu me encarei no espelho e me perdi novamente, e aquela velha história do "não custa sonhar" as vezes me custa caro. Custa não o velho e bom dinheiro que não nos trás a felicidade, mas custa tempo e vontade. Consome a vontade e nos faz criar expectativas de que algum dia iremos alcançar o tão almejado sonho.
Tenho tantos planos e vontade para este novo ano, que correr atrás deles e prosseguir com a ideia de que é um 'bom sonho' as vezes me ilude e cansa. Não quero criar a expectativa de esperar algo que sei que pode vir a não acontecer, ou eu ser fraca e não conseguir correr atrás dele. Ou pior ainda, desistir na metade do caminho.
Porque essa sou eu. Eu largo as coisas incompletas, principalmente se elas não saem como eu quero logo no início.
Tentar mudar isso em mim talvez não seja perca de tempo afinal, mas com certeza será exaustivo. Querer mudar o número da balança, com certeza será difícil, mas algo em mim já mudou, afinal é algo que eu almejo a tanto tempo que acabei criando uma sementinha da esperança dentro de mim e a vontade para isso acontecer só cresce a cada dia. Contudo, ainda é difícil saber que o tempo será longo até que eu consiga ser quem realmente eu quero ser diante do espelho. Independente disto, estou empolgada e apoiada por pessoas que amo.
Estava com medo de simplesmente ficar doente novamente e ficar magra da pior maneira, estava com medo de me render aos meus maus espíritos e acabar comigo de novo. Querer ser bonita e seguir a ditadura da beleza as vezes pode te destruir. Não somente a aparência, mais o lado emocional e principalmente seus sonhos.
Desisti de tantos sonhos e vontades somente por causa de quem eu me tornei, talvez o que eu me tornei seja realmente quem eu sou, ou deva ser, mas acho que ainda dá tempo de tentar mudar aparências e manter a minha essência. 
Ainda me sinto leve e feliz ao pegar um livro para ler ou quando paro e digito palavras sem sentido numa página em branco do computador, consigo desabafar e desabar. Eu caio, mas logo me recupero e de certa forma estou pronta para outra pancada da vida. Ainda espero me encontrar novamente no blog, me encontrar novamente na leitura e encontrar novamente a vontade de continuar com algo que antigamente me dava tanto prazer. Nos últimos meses estar aqui era como uma obrigação e isto foi o que me desanimou. Me faltava vontade de continuar e vontade de crescer. Não quero tratar o que me salvou tanto tempo como uma obrigação, quero tratá-lo como prazer.
Por enquanto quero que seja apenas isso, um prazer. Não posso afirmar que estou de volta, ou que estou completamente bem com a ideia de que apesar da responsabilidade vou achar um tempo para estar aqui, porque sei o quanto é difícil encontrar um tempo, e quando encontro quero estar com pessoas que me fazem bem, mas hoje me sinto em casa novamente. Me sinto bem em vir aqui e desabafar com a página em branco e uma tela de computador. Hoje me sinto eu novamente, me sinto apoiada e feliz. 





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