Ontem, ao sair de uma prova do MEC fui com meus amigos da faculdade à um barzinho próximo para comemorarmos o aniversário de um dos nossos. 
É estranho saber que daqui a poucos dias tudo vai acabar, e vai depender somente de nós mesmos que a amizade continue. O mais estranho mesmo é fazer parte de um grupo onde encontro pessoas completamente diferentes de mim. A diversidade que existe em nossa rede de amigos não é tão grande, todos podemos ser considerados loucos, brincalhões, mas com gostos completamente opostos, pelo menos da minha parte. 
Nunca fui de frequentar lugares muito agitados e barulhentos, sou assim desde que me conheço por gente. Sou mais calma, não gosto muito de zona e de bebidas. Ao contrário dos meus amigos que bebem mesmo e não estão lá de brincadeira, digamos assim.
É curioso o fato de fazer parte de um grupo tão diferente de mim. Apesar das imensas diferenças, ainda conseguimos nos divertir e rirmos. 
Apesar de estar rodeada de pessoas maravilhosas, estas diferenças as vezes me isola um pouco de tudo e de todos. Não quero ser alguém que eu não sou, na verdade, não serei e não mudarei por ninguém. 


Com o decorrer do tempo, com a convivência com eles, consegui perceber quem eu realmente era em relação a esta diversão. Sou a pessoa chata do grupo. Que não bebe, que não curte a zona, que vai embora cedo... Sou a chata que apesar de tudo adora a companhia dos doidos.
O sentimento de estar isolada, de ser a diferente perante uma pequena multidão as vezes faz com que eu me sinta estranha também. Porque apesar dos pesares, o sentimento de isolamento e o próprio "deixar de lado" não é somente culpa minha, como também não é somente culpa deles. É a própria questão das diferenças que se propagam entre nós. 
São dois anos de amizade, dois anos que me mostraram melhor o ser humano que sou em relação a diversão. Eu realmente nunca fui de ir em balada, de ir em barzinho, até porque lugares cheios e barulhentos me dão uma certa fobia. Não sei ao certo o motivo, mas ficar por muito tempo num lugar que me deixa desconfortável, começa a me proporcionar mil e um sentimentos e mil e um sintomas da tal fobia. No final das contas, o que me sobra sempre é uma baita dor de cabeça. 
Mas não é sobre a fobia estranha que eu tenho este meu pequeno desabafo. Sei que hoje os lugares e grupos são extremamente diversificados e repletos de respeito ao próximo (as vezes), mas será que os tais considerados diferentes não se sentem mal em estar num grupo repleto de iguais? Somos todos diferentes e iguais ao mesmo tempo. Eu me sinto assim. Eu me sinto isolada, excluída de diversos assuntos e convites. 
As pessoas que eram bem próximas a mim se afastaram por conta de um copo de cerveja. No final do dia, isto me magoa muito. Me deixa com um sentimento de impotência de certa forma. Não pude manter uma amizade por conta de uma garrafa de cerveja? Ou de uma caipirinha? Será que eu realmente preciso ser igual a todos para mostrar que eu também posso fazer parte de algo sem precisar de bebidas alcoólicas?
No decorrer destes dois anos, aprendi muito em relação a amizade. Aprendi muito em relação as pessoas e o modo em que aceitam as diferenças dos outros. Alguns se comportam normalmente, aceitam e entendem que não gostar de algo não significa ser excluída. Outros, se afastam de você, te consideram careta e chata da pior forma.





Tenho tentado pensar o que escrever sobre a visita a Chácara da Dolores, mas toda vez que começo a escrever sou tomada por sensações diversas.


A maior experiência que queriam nos passar era a de fazer o bem e ajudar quem precisa, mas no final do dia percebi que a experiência de levar doações a quem precisa não havia sido a única. Ontem fui tomada por um sentimento de alegria, um sentimento de orgulho por poder ter conhecido alguém tão guerreira e que colocou os animais na frente de si própria. Cuida e luta à mais de 12 anos pelo bem dos animais que cruzam seu caminho. Passou por tantas dificuldades, teve que enfrentar tantos obstáculos e ainda enfrenta, pois fazer algo tão bom e de coração do jeito que a Dona Dolores faz não é para qualquer um. E é triste ver que muitos não reconhecem seu esforço. Não reconhecem que tudo ali somente existe graças a cada gota de suor e a cada luta que ELA teve que lutar. 

Fiquei muito emocionada e tocada por poder ver e ouvir um pouco de sua história. Saber que neste mundo tão egoísta e individualista, ainda existem pessoas que se preocupam com o próximo e principalmente com os animais. 

Ontem percebi que existem seres humanos que merecem todos aplausos, bençãos e maravilhas que Deus pode dar e não tenho dúvidas de que a Dona Dolores e todos que cuidam todos os dias da Chácara da Dolores são mais do que merecedores. 
Ouvi tanta coisa a respeito do que acontece todos os dias naquele lugar, que ainda estou digerindo cada história... Salvam tantas vidas naquela chácara, cuidam com tanto amor e carinho de cada vida que está lá. Ouvi histórias de luta, de crueldade, de dor, de abandono, de aparências... Somente quem vê com os próprios olhos e ouve da boca de alguém com tanta paixão consegue sentir a realidade daquele lugar.
Existe tanta coisa por trás daqueles portões laranja... Tanta coisa. Precisam de tanta ajuda, precisam de tanto amor, precisam de tanta admiração.  
Fazem 24 horas que fui lá e até agora não consegui parar de pensar no que vi e no que ouvi. Meu coração está repleto de sentimentos bons e tristes também. 


Estive pensando muito em relação aos acontecimentos recentes. Infelizmente tantas coisas ruins aconteceram no mundo nos últimos tempos que meu coração cada dia que passa se quebra um pouco mais. 
O ser humano é extremamente individualista e cabeça dura por assim dizer. O único ser considerado racional, hoje, é o maior destruidor do planeta. Destrói a vida da natureza, destrói a vida de outros seres humanos apenar por divergências de opiniões, crenças e preconceito. 
É vergonhoso como o ser humano é desprezível em algumas situações. O pensamento fechado os leva a isto. Eles não "saem da caixinha" como meu professor mesmo diz. Em diversas situações esta caixinha nos leva a um mundo inexistente, a um mundo onde é de extrema necessidade a quebra de paradigmas
Não sei por certo dizer se é somente o individualismo que levam estes seres a atitudes de destruição. Por vezes vemos na televisão pessoas que fazem parte de grupos atacando outros grupos. Será tão forte assim a influência do grupo que simplesmente o individual desaparece? Infelizmente, eu temo que sim.
Lideres que impõem sobre os indivíduos suas ideias, sem saber o que cada individuo acha. Lideres que não são democratas, e muito menos podem ser chamados de líderes. Se isso tem um nome, prefiro dizer que são chefes. Mas, não quero continuar colocando pensamentos "administrativos" aqui.

Estou abismada com tudo o que vem acontecendo pelo mundo. Estou abismada como o ser humano destruiu sua própria casa, destruiu sua própria raça. Somos todos iguais. Todos seres humanos. Ninguém é melhor que ninguém e ninguém pode julgar ninguém. Não cabe a ninguém dizer o que é certo ou o que é errado. Este assunto é de uma instância bem acima da nossa, e cabe somente a esta instância nos julgar e nos apontar o dedo. 

O ser humano desvaloriza aquilo de extrema importância somente por julgar a si mesmo como certo. Destrói o que é diferente, sem ao menos conhecer verdadeiramente. Porque o "conhecer" também possui dois lados. O conhecer por ter ouvido outras pessoas falarem, e o conhecer de ele mesmo ir atrás. Este segundo, nos leva ao verdadeiro conhecimento. Já o primeiro conhecer é o que vem matando a muitos. Vou repetir, somos todos iguais. Iguais pois temos carne e osso. Não é porque possuímos CARACTERÍSTICAS diferentes, culturas diferentes, valores diferentes que isso nos torna seres superiores. 
Quantas pessoas precisarão sofrer para que o mundo perceba isso? Quantas mães perderam seus filhos para a crueldade dos seres humanos? Quantas famílias precisaram ser destruídas?
É triste. É triste pois o ser humano da muito mais valor a ele mesmo do que ao mundo. É triste pois o ser humano é tão individualista e egoísta, que ao invés de pensar no futuro, nos seus filhos, netos e etc, ele ainda prefere ter atitudes que destroem. 
É impossível mensurar as perdas que o ser humano causou ao mundo. Não estou somente falando de ataques terroristas, de assassinatos, homicídios e etc. Estou falando também das perdas que o ser humano causou ao MUNDO no geral. 
Destruição do planeta terra. Nossa natureza esta cada dia mais se perdendo. Está se perdendo pois enquanto ela ainda vivia, forte e segura, não houve preocupação de ninguém. Hoje, ela esta morrendo. Morre a cada segundo um pouco mais. Até quando teremos que ver isto acontecendo? Até quando teremos que tentar conscientizar algo que não deveria nem ser dito? Quantas árvores precisaram morrer? E quanto a nossa fauna? 

Infelizmente temos que viver em uma sociedade que não enxerga a longo prazo. Vivencia os dias de hoje sem pensar nas consequências de seus atos. Vivemos numa sociedade de pensamento individualista e fechado. Numa sociedade preconceito e pré-conceituosa. Numa sociedade que não se importa com o próximo. Numa sociedade que julga as outras pessoas. Numa sociedade que quer nos impor o que acha que é certo. Numa sociedade que te mata se você não segue as mesmas ideias. Numa sociedade que não existe. Pois isso não é uma sociedade. Na realidade, isto são somente seres humanos, pois a verdadeira sociedade é um "agrupamento de seres que convivem em estado gregário e em colaboração mútua."  
Estado gregário... 
Colaboração... 
Duas formas de convivência que infelizmente não vivenciamos a algum tempo.